Ovitrampas é um método eficaz e acessível para monitorar e controlar a população de mosquitos, permitindo a identificação dos focos e a adoção de ações estratégicas de combate
A Subsecretaria Municipal de Vigilância em Saúde, por meio dos setores de Endemias e Entomologia, tem realizado um amplo trabalho de pesquisa, monitoramento e eliminação de focos do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya em toda a cidade. Nesta quarta-feira, (19), os bairros São Jorge, Cajuri e Eucaliptos, em Engenheiro Pedreira, foram atendidos pelo projeto ‘Ovitrampas’. Ao todo, foram realizadas 12 visitas para identificação e mapeamento das áreas de risco.
O processo começa com a visita dos Agentes de Combate às Endemias, que realizam a pesquisa larvária nos bairros e encaminham os resultados para que os técnicos possam instalar as ovitrampas nos locais de maior incidência de mosquitos.
Segundo a subsecretária da pasta, Renata Lameira, essa é uma ação essencial contra um inimigo pequeno, mas perigoso, que se prolifera ainda mais nesta época do ano. “O trabalho em equipe é fundamental. As informações coletadas nos ajudam a definir indicadores, planejar ações e direcionar os serviços de combate, como o envio do carro fumacê”, explicou a gestora.

O técnico entomológico Rildo Ferreira dos Santos, cedido pelo Ministério da Saúde, destacou a eficácia e acessibilidade do método. “As armadilhas são simples, compostas por um pote, duas palhetas de compensado e dois clipes. Dentro do pote, adicionamos uma solução com água e levedo de cerveja, que atrai as fêmeas grávidas dos mosquitos. Elas depositam seus ovos na palheta, que é retirada após sete dias para análise e identificação”, explicou.
As larvas encontradas durante as visitas são coletadas e analisadas em laboratório.


Vigilância em Saúde e Comunidade: União Contra a Dengue
O método tem sido bem recebido pelos moradores das áreas visitadas. Na rua Gouveia, no bairro São Jorge, duas casas receberam as armadilhas. A moradora Maria Gorete, que vive no bairro há 12 anos, relatou que não viu casos recentes de dengue na vizinhança e que, além de confiar na proteção divina, segue todas as recomendações para evitar água parada. “Eu não tenho plantas no quintal e a água que está nesse balde é de reuso da máquina de lavar, que jogo no quintal. Tomo todos os cuidados e, com 63 anos, nunca tive dengue”, contou.
Já em outra residência da mesma rua, o técnico encontrou um ambiente propício à proliferação do mosquito, com muitas plantas e recipientes que acumulavam água. “Este é um ambiente ideal para o Aedes aegypti: áreas sombreadas, caixas d’água e plantas que podem armazenar água até nas folhas. Embora o quintal esteja organizado, encontramos um recipiente com larvas. Agora, vamos colocar a armadilha, recolher as amostras para análise em laboratório, onde vamos identificar a espécie do mosquito, medir o nível de infestação e planejarmos as próximas ações de combate. E voltamos aqui na próxima semana para recolhimento das novas amostras”, destacou Rildo.
A análise da coleta, feita no mesmo dia, revelou a presença do Aedes albopictus, uma espécie predominante na América do Norte, mas sem registro de transmissão de arboviroses no Brasil. O morador Jorge André, que vive na casa com a esposa e duas filhas, afirmou que, a partir de agora, terá mais atenção. “Gostamos muito de plantas, temos piscina e cuido do quintal, mas agora vou redobrar os cuidados”, disse.
As armadilhas serão retiradas após sete dias e as residências com caixas d’água abertas também receberam aplicação de Espinosade, um antiparasitário; e os moradores foram também orientados a retirar telas para caixas d’água na sede da Vigilância, no Centro Municipal de Especialidades de Engenheiro Pedreira, no Mucajá.
Na última terça-feira (18), os bairros Alecrim, Santa Amélia e Delamare também receberam esse modelo de visita técnica.
Fotos: Thamyres Cardoso






