As histórias de vida de mulheres simples, como a das avós, foram fontes de inspiração para a exposição dos alunos
Mulheres negras simples que são professoras, avós, mães, dentre outras, foram as personalidades que preencheram a galeria de imagem da exposição ‘Mulheres Negras que Movem o Mundo’, realizada nesta quarta-feira (18) pela Escola Municipal Professora Célia Sobreira, no bairro Alecrim. A mostra, proposta pelos professores e desenvolvida pelos alunos do 9° ano, teve o intuito de compartilhar as histórias de mulheres negras e os sonhos delas.
E nesta quinta-feira (19), a feira idealizada pelos alunos ultrapassou os muros do colégio e foi apresentada na III FectMat – Feira de Ciências, Tecnologia e Matemática, que aconteceu na Quadra de Nova Belém, em Japeri.
Além da galeria de imagens montada no pátio do colégio, os estudantes puderam apresentar as pesquisas realizadas para os alunos do 7° e 8° ano. O objetivo do projeto foi também o de mostrar as mulheres negras que conquistaram lugar de destaque, como a biomédica Jaqueline Goes de Jesus, que integrou a equipe que mapeou os primeiros genomas do novo coronavírus em apenas 48 horas, após a confirmação do primeiro caso de Covid-19 no país.
Quem também é destaque é a professora e cientista brasileira, Joana D’Arc Félix de Souza, que recebeu o Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia, na categoria “Pesquisadora do Ano”, em 2014.
Com a mostra, a equipe pedagógica quer conscientizar os estudantes de que eles podem alçar voos altos e conquistar tudo que almejam. A gestora da escola, Marta Rosa, explicou que as histórias levadas pelos alunos são muito emocionantes. No entanto, os estudantes escolheram dar ênfase aos sonhos dessas mulheres. Dizeres como “Sonho com minha habilitação”, “Queria poder estudar” e “Queria ser advogada” estavam escritos no verso da foto das donas dos sonhos.
Joana D’Arc Félix de Souza é uma professora e cientista brasileira. Recebeu o Prêmio Kurt Politzer de Tecnologia, na categoria “Pesquisadora do Ano”, em 2014. É docente e pesquisadora na Escola Técnica Estadual Prof. Carmelino Corrêa Júnior, em Franca, cidade do interior de São Paulo.
Relevância da exposição
A aluna Yasmin Roberta, de 14 anos, comentou sobre a relevância do tema da exposição. “É importante que as pessoas saibam as histórias das mulheres negras da nossa comunidade. E todo momento é o momento certo para falar das mulheres que batalham”, disse a menina. Para a professora de ciências, Joice Raposo, o dia da conscientização sobre as pessoas negras é todo dia.
Kleber Lucas, de 15 anos, tem em casa uma mulher negra inspiradora e foi ela quem o jovem entrevistou para o trabalho. “O sonho da minha avó era saber ler e escrever. Ela é uma mulher negra que sofreu com o racismo e não teve oportunidade de estudar “, disse ele. A gestora, Marta Rosa, é imprescindível perceber as histórias inspiradoras que estão à nossa volta. “É inspirador ver que os alunos têm bons exemplos muito perto deles, até mesmo dentro das próprias casas. É importante que eles vejam que podem ser o que eles quiserem, que podem chegar onde eles quiserem”.
Texto : Carolina Freitas