Programação do Agosto Lilás leva debate da Lei Maria da Penha ao Cras de Engenheiro Pedreira

A ação da Semast gerou uma roda de conversa repleta de histórias impactantes, orientações e acolhimento

Muitas histórias impactantes, orientações e o acolhimento das equipes que atuam com as políticas públicas de atendimento às mulheres vítimas de violência. Esse foi o resultado do segundo dia de palestra do Agosto Lilás, ação implementada pela Secretaria Municipal de Assistência Social e Trabalho (Semast) para falar dos 17 anos da Lei Maria da Penha. A ação aconteceu nesta quarta-feira, (9), no Centro de Referência de Assistência Social (Cras), em Engenheiro Pedreira.

Para a assistente social, Laís Silva, o impacto do encontro foi surpreendente por reunir tantas mulheres, com faixas etárias diferentes e com a violência em comum. “Quando fizemos o convite não imaginávamos que o grupo seria formado por tantos relatos de casos concretos, seja nas próprias famílias, ou na vizinhança. E também muitos relatos de quem venceu esse ciclo”, relata a profissional que é responsável pelos grupos de convivência.

A palestra foi ministrada pela assistente social do Centro de Referência da Mulher (Cram), Andréa Barreto, que realizou o encontro em formato de roda de conversa. “A violência está em todas as classes sociais. Estamos em 2023 e as estatísticas ainda são altíssimas. Por isso trabalhamos incessantemente para que a lei alcance a todas”, relata.

Segundo ela, em pouco tempo de atendimento o CRAM já teve casos de sucesso onde o agressor foi preso, a vítima foi inserida em atendimento jurídico, social e psicológico para construir uma nova realidade. “As violências provocam dores muito profundas, adoece a vítima e tira a vontade de viver”, completa.

A moradora, Gabriela Silva, assistiu à palestra com a filha, Ryhanna Vitória, de sete anos, que atenta às orientações declarou que as mulheres não podem aceitar uma vida com violência. “Ela está crescendo e já sabe o certo e o errado e, onde procurar ajuda”, disse a mãe orgulhosa. Já a dona de casa, Clemilda da Rocha, (60), orienta a nora para não aceitar desrespeito e violência. “Eu que já vivi a violência sempre falo pra ela não aceitar. Me chama que eu corrijo meu filho. Criei ele pra ser um homem que respeita as mulheres”, finaliza.

A palestra teve ainda histórias como a de, Maria Umbelina, (52), que travou uma luta por justiça como a farmacêutica, Maria da Penha Maia Fernandes, que em 1983 foi brutalmente agredida pelo marido, o professor universitário, Marco Antonio Heredia Viveros. “A luta dela nos deu força pra lutar e não aceitar a violência. Eu não sosseguei até ver ele pagar pelo que fez comigo”, desabafa.

De acordo com a coordenadora do Cras, Simone Barbosa, a parceria dos equipamentos Cram e Cras segue a orientação da gestão municipal de difundir as políticas públicas de combate à violência contra a mulher, garantindo os direitos, aumentando a proteção e o empoderamento. “Daqui, já seguimos para o atendimento da usuária que veio para acompanhar a vizinha, mas que possui um relato forte de como a violência contra a mulher é brutal e covarde”, relata ao lado da assistente social, Andréa, do Cram já prontas para mais uma ação.

Fotos: Samuel Sant’anna

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